segunda-feira, 11 de maio de 2009

PORTUGAL SOLIDARIO

Todos nós sabemos que a única fonte de receita do Estado provém das empresas. Não há outra.A partir da actividade que desenvolvem, criam trabalho e riqueza. É através dos descontos que a empresa e os seus trabalhadores fazem,entre eles IRC e IRS bem como o IVA, este último o imposto sobre as mais valias que a empresa gerou, que os governos obteem as receitas para elaborar Orçamento do Estado.E todos nós sabemos, qual é neste momento a situação das empresas. Refiro-me em particular às Micro e Médias pois que estas sim, ao contrário das grandes, não fazem engenharia financeira de modo a justificarem o não pagamento de impostos.Igualmente, são micro,pequenas e médias que se esforçam para além do possivel em manter os postos de trabalho. Os seus gestores conhecem os seus colaboradores. Sabem quais são os seus problemas, quantos filhos têm a frequentar a escola, qual o valor que pagam pela prestação da compra da casa etc.etc.etc.Não se admirem porque é verdade. Há muitos destes pequenos (GRANDES) patrões que não levantam os seus vencimentos dos quais precisam para viver. E deles abdicam para poderem pagar os salários a estes seus colaboradores, porque conhecem os seus problemas e as suas aflições e para eles aqueles que com eles trabalham são os seus verdadeiros amigos, são pessoas,são gente e não meros numeros.Todavia, na óptica de quem tem governado PORTUGAL ao longos dos últimos trinta e tal anos, a aposta tem sido feita nos grandes grupos, nas multinacionais que se instalam, sacam, zarpam e deixam o caos intalado.Muitos destes pequenos patrões aos quais me refiro a quem a banca aperta e asfixia com o continuo aumento dos spreads embora a taxa euribor tenha vindo a baixar, correm o sério risco de num futuro próximo serem os desempregados ranhosos, mais pobres do que os outros pobres.Estes desempregados ranhosos, são tão ranhosos que nem sequer terão direito a um subsidio de desemprego apesar de terem contribuido para engrossar as verbas da Segurança Social , para a criação da riqueza nacinal e sustentabilidade do emprego não precário. Cometeram o crime de serem pessoas dinâmicas e terem criado empresas e por isso serão penalizados.Fiquei tristemente pensativo quando há dias, sem querer ser bisbilhoteiro eu estava a beber uma bica (café) em pé junto ao balcão de uma pastelaria, por não ter tempo de me sentar e ouvi a conversa em tom bastante alto e algo ruidoso de dua amigas, senhoras com bom aspecto, bem conservadas que comentavam os problemas que diziam existir nas escolas ( eram professoras ) quando uma delas disse com um ar triunfal: olha querida, estou-me nas tintas, a partir de agora estou reformada e os 400 contos que vou receber por mês é que contam.Fiquei triste, mas também, digo-o revoltado.Sou empresário ( dos pequenos ) há mais de vinte e cinco anos a trabalhar em média 14 horas diárias, sem direito a férias porque não há tempo e dinheiro para tal, criei várias dezenas de postos de trabalho, sempre cumpri rigorosamente cim as minhas obrigações fiscais e sociais e sou dos tais que, se a carroagem continuar a viajar nestes carris, o que tudo indica que acontecerá, também correrei o sério risco de poder vir a engrossar o lote dos tais desempregados ranhosos que um dia tomaram a decisão de serem empresários , que contribuiram e de que maneira para o sustento do Orçamento de Estado, Orçamento este que ao longo dos anos foi pagando o ordenado a esta senhora professora e agora lhe vai continuar a pagar a gorda reformados tais 400 contos ( 2.000 Eursos, mais cêntimo, menos cêntimo ).Este possivel futuro desempregado ranhoso que tanto contribui para ajudar a pagar o justo ordenado e reforma da senhora professora não terá direito a um subsidio desemprego e por estar ainda longe da idade da reforma, óbviamente também não terá direito a esta. Que se desenrrasque.Não. Não sou invejoso, tudo menos isso. Nunca o fui nem serei e tenho a maior consideração pela profissão de professor os educadores dos homens e mulheres do futuro, tenho igualmente todo o respeito pelos funcionários publicos, todos somos necessários para a organização da sociedade em que vivemos.Mas há aqui qualquer coisa que não bate certo. Então aqueles que contribuiram para garantir o Orçamento de Estado não têm direito a nada ? Sim, sinto-me REVOLTADO.BASTA ! ATÉ QUANDO É POSSIVEL AGUENTAR ISTO' ? QUE SOCIEDADE SOMOS ?BASTA ! BASTA! BASTA !
Um desabafo do JOSE DE VALVARDE .